Após inúmeros acidentes em Espaços Confinados (EC), no decorrer das últimas décadas foram desenvolvidas técnicas e equipamentos que visam a proteção dos trabalhadores nestes ambientes. Objeto de estudos de técnicos, engenheiros e até cientistas, os espaços confinados possuem algumas características que os tornam peculiares, sendo uma das principais, os riscos atmosféricos. A fim de minimizar tais riscos surgiram várias disciplinas, dentre elas, como ramificação das engenharias, a ventilação de espaços confinados.

A ventilação de espaços confinados pode ser implementada de diversas formas e com as mais variadas funções no que diz respeito à manutenção da segurança laboral. Assim, podemos dividir em duas linhas de estudos, a Ventilação Geral Diluidora (VGD) e a Ventilação Local Exaustora (VLE). Podemos ainda subdividir a VGD em três, que basicamente diz respeito ao método de implementação e que é o objeto de nossa análise.

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VGD por Insuflação Mecânica e Exaustão Natural.

Este método de ventilação além de promover todos os benefícios naturais de um sistema de ventilação, tem por característica promoção da pressão positiva no ambiente. A pressurização positiva produz fluxo de ar na direção perpendicular às aberturas do ambiente no sentido interno-externo. Portanto, a pressurização positiva pode ser aplicada para evitar que contaminantes existentes na atmosfera das vizinhanças adentrem ao espaço confinado.

Além da pressurização positiva, a insuflação mecânica pode ser aplicada com outros objetivos, tais como o direcionamento do ar limpo para determinadas regiões dentro do espaço confinado, promover a diluição de contaminantes mais rapidamente utilizando-se da turbulência provocada pelo jato de ar, remoção de cargas térmicas de superfícies aquecidas através da convecção forçada e até mesmo proporcionar ar climatizado para conforto térmico.

Alguns cuidados devem ser tomados ao adotar a insuflação mecânica com exaustão natural de forma a evitar a geração e/ou o agravamento de riscos atmosféricos. Em especial, mas não se restringindo, devemos prestar atenção em locais com concentrações elevadas de pós em suspensão, pois a turbulência do ar provoca maiores riscos de explosões em decorrência de pós; locais que possuam líquidos inflamáveis ou tóxicos com baixa pressão de vapor, uma vez que o movimento do ar aumenta a taxa de vaporização; a contaminação das regiões no entorno do EC devido ao deslocamento do ar pelas aberturas e a dispersão da carga térmica dos ventiladores no interior do EC.

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A VGD por insuflação Natural e Exaustão Mecânica: Tem por característica a formação de pressão negativa que também produz deslocamentos de ar na direção perpendicular às aberturas do ambiente, porém no sentido contrário à pressurização positiva. Ou seja, quando um ambiente é pressurizado negativamente, o deslocamento do ar ocorre no sentido externo-interno através das aberturas do recinto. A pressurização de ambientes por pressão negativa tem como principal função evitar que contaminantes gerados no interior do ambiente se desloquem para o meio externo. Esta é a metodologia aplicada quando, no interior dos ECs, há gerações de poluentes atmosféricos que não podem ser controladas por VLE e que não podem contaminar o entorno.

A VGD por Exaustão Mecânica também é bem empregada objetivando-se a coleta de contaminantes dispersos no ar do EC; a entrada de ar limpo pelas aberturas do EC; a descarga do ar contaminado em local adequado, evitando-se a dispersão dos contaminantes nos ambientes do entorno e menores efeitos de resfriamentos indesejáveis em processos a quente.

Por outro lado a VGD por exaustão mecânica e insuflação natural também deve ser aplicada com cautela em alguns casos pois ela teria pouco efeito sobre fontes poluentes distribuídas ou de grandes superfícies; menor efetividade, quando comparada à insuflação mecânica, na diluição de contaminantes já dispersos e a descarga do ar pode gerar níveis não aceitáveis de contaminações em regiões críticas.

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A VGD mista pode ser usada aproveitando-se das vantagens da insuflação e da exaustão mecânicas, alcançando-se resultados de ventilação ainda melhores.

Quando se deseja controlar a qualidade do ar por meio de pressurizações entre ambientes deve-se primeiramente saber que tipo de contaminantes deseja-se manter sob controle, pois suas características físico-químicas indicarão o nível de pressurização adequado. Obviamente os níveis de pressão em ECs não possuem exigências de controle atmosférico como as requisitadas em salas limpas, na maior parte das vezes, quando utilizada a ventilação por insuflação mecânica e exaustão natural ou insuflação natural com exaustão mecânica, o simples dimensionamento das renovações de ar adequadas ao EC já proporciona níveis de pressurização aceitáveis para os objetivos em questão, por isso, não é usual calcular as vazões dos sistemas em funções do nível de pressurização desejada como é o procedimento de cálculo de salas limpas. Porém quando a VGD for realizada de forma mista deve-se atentar para o movimento de ar através das aberturas, aonde deve-se adotar velocidades de ar que evitem a passagem dos contaminantes atmosféricos através das mesmas sempre observando a direção do movimento do ar.

Assim, a escolha entre os métodos de VGD deve ser determinada de acordo com os objetivos da ventilação, as características do ambiente e o grau de pureza necessário do ar, tanto no interior do EC quanto em suas redondezas. Neste aspecto, para o projeto e implementação da VGD, se faz necessário um estudo amplo e interdisciplinar de layout, máquinas, processos, interferências, materiais e riscos que se fazem presentes no EC e seu entorno.